O
sector da educação tem vindo a passar por várias fases sendo que o
mundo é dinâmico e a educação existe para que através dela a
sociedade prepare os seus membros para que possam garantir a sua
continuidade e o seu desenvolvimento.
A
escola e outras instituições desempenham um papel fundamental na
formação do homem visto que participam no processo de socialização
(que parte da família) e, para que dentro de um curto espaço de
tempo as crianças sejam capazes de ler, escrever e agir de forma
adequada, a sociedade precisa indispensavelmente da ajuda do
professor e dos restantes actores do processo de ensino-aprendizagem.
A educação proporciona instrumentos necessários para equipar os
indivíduos de conhecimentos e competências que lhes permitirão ser
capazes de definir e perseguir seus objectivos individuais e sociais
permitindo que eles participem na comunidade, fazendo a sua parte
para melhorar as suas condições e as da sociedade em geral.
Nessa ordem de ideias, esperava-se que a nossa educação fosse capaz de responder as novas demandas ligadas ao desenvolvimento e globalização. Mas infelizmente, os resultados finais mostram o contrário dos objectivos propostos e como todo efeito tem a sua causa penso que o não alcance dos resultados esperados por cada aluno pode ser causado pela falta de qualidade das escolas e dos seus actores.
Era
suposto que qualquer aluno terminasse o ensino básico com
capacidades de reflectir sobre a realidade, de ser criativo com vista
a intervir contribuindo para o desenvolvimento da sua comunidade e
que qualquer graduado do ensino básico soubesse ler e escrever para
que possa comunicar oralmente e por escrito de forma clara. Porém,
há um conjunto de factores que vão contribuir para não se poder
atingir o sucesso educativo mas este presente texto pretende
reflectir em torno daqueles que considero como sendo os principais
responsáveis pelo processo de ensino-aprendizagem na escola:
Director da Escola e professor.
Um
dos grandes problemas pode estar ligado com a própria gestão da
escola. Muitos dos directores escolares (ou mesmo todos) não foram
formados em matéria de gestão escolar ou educacional,
simplesmente foram professores durante muitos anos e com o tempo
promovidos até ocuparem o cargo de gestor sem a devida qualificação.
Assim sendo, arrisco-me em dizer que a gestão escolar está entregue
a pessoas incapazes de produzir e desenvolver actividades que possam
enfrentar um problema de grande complexidade como ampliação e
melhoria de qualidade de ensino e há carência de aperfeiçoamento e
capacitação desta camada por parte dos responsáveis. Ora vejamos,
se um director não está preparado para a gestão de mudanças na
educação, não sabe fazer um planeamento estratégico e nem se quer
sabe desenhar um projecto educativo penso que fica claro que haverá
má eficácia na gestão escolar e consequentemente os alunos serão
afectados negativamente porque tudo parte do topo.
Por
seu turno, os professores têm executado as suas tarefas com fraca
motivação devido a baixa remuneração que gera falta de
comprometimento com a sua função fazendo com que eles se tornem
turbos, isto é, dão aulas em muitas escolas e como consequência
assiste-se uma deficiência na eficácia e eficiência do processo de
ensino-aprendizagem visto que esses professores pouco prestam apoio
pedagógico aos alunos que apresentam dificuldades e não se preparam
fortemente para as aulas devido a falta de tempo.
Era
suposto que esses dois actores fossem capazes de elaborar um conjunto
de estratégias e actividades concebidas a realizarem-se na escola no
âmbito curricular e extracurricular incluindo aquelas que são
desenvolvidas no seu exterior, que contribuem para que os alunos
adquiram conhecimentos, capacidades, atitudes e valores consagrados
no currículo em vigor.
Penso
que o Ministério de Educação deveria apostar intensivamente na
formação de professores e de gestores escolares e na capacitação
dos que já estão no campo de trabalho. Que crie estratégias para
assegurar e apoiar o professor na sua identificação com a
carreira para que execute as suas tarefas com motivação e
comprometimento.
Só
para terminar, Concordando com Diana Felizardo (2005), as
dificuldades reveledas pela criança em idade escolar podem levar a
uma rejeição das actividades de aula e a um estado de angústia,
que a acompanharão ao longo da escolaridade, assim surgindo um ciclo
vicioso, do qual dificilmente a criança (e, mais tarde, o jovem), se
libertará – não aprende porque tem dificuldades, e rejeita as
aulas porque não aprende.
Portanto,
há uma necessidade de quem é de direito redobrar esforços criando
mecanismos adequados para solucionar os problemas aqui levantados e
de muitos outros que contribuem para o insucesso educativo.
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